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4 razões para os proprietários reconhecerem o valor comercial do BIM

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  • O processo BIM (Modelagem de Informações da Construção) ajuda a entregar projetos como previsto, dentro do orçamento e com equipes colaborando de forma eficiente.
  • Usar o BIM de maneira eficaz pode ajudar os proprietários de construções e projetos a mitigar os riscos.
  • Com o BIM, os proprietários podem esperar uma melhor qualidade do projeto e uma gestão mais fácil de seu ciclo de vida.

À medida que a construção digital ganha uma adoção mais ampla, há um novo consenso: o BIM não é BIM a menos que toda a equipe do projeto o use da mesma forma. Quando o processo é usado de forma eficaz, o valor comercial do BIM para os proprietários não pode ser superestimado.

Projetistas, construtores e proprietários estão adaptando seus métodos de trabalho ao BIM, mas os ganhos em riqueza de dados se perdem se cada área desenvolver modelos independentes. Com um processo BIM em silo, equipes diferentes acabam replicando o trabalho nas fases de projeto, fabricação e operação, o que desperdiça tempo e dinheiro, introduz mais complexidade e compromete a precisão.

Conseguir que equipes trabalhem a partir de uma única fonte de verdade é mais uma mudança de cultura do que uma questão de tecnologia, diz Dave Pikey, vice-presidente de tecnologia corporativa da construtora mecânica The Hill Group. “A tecnologia é apenas uma parte da solução”, ele afirma. “O comportamento, a compreensão, o conhecimento e o propósito comum são igualmente importantes.”

Os proprietários de construções estão em uma posição privilegiada para corrigir esta desconexão. Os papéis dos proprietários normalmente permanecem constantes ao longo dos estágios de construção e eles podem ditar como projetistas, empreiteiros e subempreiteiros devem trabalhar em conjunto. “Como proprietário, se você estiver envolvido nesse processo, pode ajudar com as transferências, a confiança e os dados, e fornecer incentivos para que as pessoas trabalhem juntas”, pontua Jeremy Woodgate, vice-presidente sênior e gerente da unidade de negócios de tecnologia avançada da empresa de construção e engenharia SSOE. “Então, você obtém um produto que pode usar digitalmente para gerir seu ativo durante o ciclo de vida do edifício.”

Quando os proprietários consideram que o trabalho inicial fornece 50% do valor do ativo residual durante o ciclo de vida de um edifício ou projeto, a necessidade de alinhar as equipes e os processos desde o início ganha foco mais claro. O BIM oferece um conjunto de dados que pode levar seus arquitetos e construtores a resultados bem-sucedidos. Segundo a experiência de projetistas, engenheiros e clientes proprietários, aqui estão quatro razões pelas quais o valor comercial do BIM para os proprietários não pode ser ignorado.

1. O BIM fornece eficiência para que os proprietários não paguem por trabalho redundante

Sem uma única base de dados BIM integrada, transferências inadequadas entre as partes interessadas são frequentemente codificadas no próprio acordo contratual. “Sempre que os fabricantes recebem um modelo, na maioria das vezes eles não podem − por contrato – realmente confiar nesse modelo”, diz Alfonso Oliva, diretor da empresa de engenharia LERA+. “Eles acabam por reconstruir um novo modelo.”

Woodgate lembra-se de um projeto em que “os projetistas fizeram um modelo e a equipe de construção teve que retraçar aquele exato modelo”, ele comenta. “A equipe de projeto revisou esse modelo para garantir a correspondência exata do traçado. Em seguida, eles fizeram um levantamento de campo final para certificar que o modelo se encaixava nas diferentes peças de construção. Então, criaram um terceiro modelo que representava o que realmente estava sendo construído; tinham um modelo de projeto, um modelo de construção e uma condição de execução real.”

Evitar rodadas circulares de revisões garante melhor colaboração e previsibilidade de custos. Essa foi a experiência que a Brown University teve com seu  Engineering Research Center, concebido pela Kieran Timberlake Architects e desenvolvido pela Buro Happold.

“Hospedar os modelos do projeto na nuvem de construção permitiu que ambas as equipes de projeto e comércio colaborassem no mesmo modelo BIM – ou seja, à medida que o projeto passa da concepção para a construção e fabricação, não há redundância de dados do modelo”, diz Paul McGilly, diretor associado de projetos digitais da Buro Happold. “O modelo de projeto BIM faz a transição ara um modelo de construção e fabricação, um processo extremamente eficiente e colaborativo, e um verdadeiro testemunho para todas as partes interessadas da construção quando trabalham juntas como uma equipe única. Como neste caso, um projeto pode ser entregue de $10 a $15 milhões dentro do orçamento e entregue dois meses antes do prazo.”

Exterior of Brown University Engineering Research Center
As equipes de projeto e engenharia que trabalharam no Engineering Research Center da Brown University colaboraram no mesmo modelo na nuvem. Cortesia de Kenneth C. Zirkel.

2. Com o BIM, os proprietários podem garantir a comunicação e a transparência entre as partes interessadas

A complexidade da construção pode dificultar medidas eficazes de controle de qualidade. Centralizar os dados de cada projeto com o BIM permite a comunicação rápida entre as equipes em um ambiente compartilhado e transparente. Este registro inclui dados sobre cada componente e seu histórico de alterações, dando aos proprietários uma melhor compreensão de seu processo de construção e produto.

A natureza colaborativa e visual do BIM também pode ser usada para explicar o projeto do edifício às partes interessadas que podem não ter ampla experiência em arquitetura, engenharia ou modelagem digital. “Muitas coisas aconteciam em caixas pretas chamadas ‘computadores'”, comenta Oliva sobre a época antes do BIM. “Hoje, podemos realmente visualizar tudo com gráficos, modelos 3D e realidade virtual.”

“É realmente uma ótima ferramenta de comunicação”, afirma John Cooke, gestor de programa sênior da Brown University, que trabalhou com Paul McGilly no Engineering Research Center. “Estamos gerindo um novo centro de artes cênicas e usando o modelo [Autodesk] Revit  para comunicar às partes interessadas e doadores como será esta construção quando estiver terminada.” Geramos simulações digitais para que eles possam andar e voar pelo prédio, usando óculos de realidade virtual.

A natureza visual e a profundidade dos dados do BIM também ajudam especialistas disciplinares que não estão na equipe inicial da construção, como os subempreiteiros de licitação. “Nós usamos o BIM, transferimos nossos modelos para os subempreiteiros e os deixamos licitá-los”, comenta Erleen Hatfield, CEO da empresa de projeto e engenharia Hatfield Group. “Quando têm acesso a um modelo montado adequadamente, eles podem usar seu tempo planejando como melhor elaborar a construção.  Podem pensar sobre os aspectos mais complexos do projeto, e então acabamos recebendo ofertas melhores.”

two construction workers viewing digital model on jobsite
Ter um modelo final que contenha toda as informações de MEP (mecânica, elétrica e hidráulica) e HVAC (aquecimento, ventilação e ar condicionado) é uma ferramenta insubstituível para as operações ao longo do ciclo de vida de um edifício.

3. O BIM garante que os proprietários recebam um ativo digital final para gerir o ciclo de vida do projeto

O BIM fornece uma visão inigualável de como os edifícios funcionam após a construção: coisas como sistemas MEP (mecânica, elétrica e hidráulica) e HVAC (aquecimento, ventilação e ar condicionado), uso de energia e desempenho térmico solar. É uma ferramenta insubstituível para as operações de construção e fundamental para reduzir os custos do ciclo de vida, que são proporcionalmente imensos. De 70% a 80% do custo do ciclo de vida de um edifício ocorre depois de sua construção. Quando equipes trabalham em um modelo compartilhado, elementos de operações e manutenção podem ser examinados com antecedência.

O BIM ajuda os proprietários a ajustar os padrões de operações e manutenção, mas é igualmente crítico para reformas, acréscimos e comissionamento retroativo. Quaisquer melhorias podem se beneficiar de um modelo BIM dinâmico da construção já existente. Os dados BIM provavelmente também ajudarão a integrar a próxima tecnologia de construção digital. “Qualquer tipo de plataforma tecnológica, planejamento urbano ou espacial futuros serão muito mais fáceis e mais conectados se estivermos buscando uma melhor transferência digital e uma comunicação melhor e mais precoce”, afirma Pikey.

4. O BIM ajuda os proprietários a gerenciar os riscos

No fim das contas, os proprietários de construções estão presos aos custos de seus edifícios; o BIM ajuda as equipes a identificar erros com antecedência e a depurar projetos, resolvendo conflitos em um computador e não em tijolos e argamassa. Isso torna o BIM uma ferramenta de gestão de risco fundamental.

“Controlamos o risco porque entendemos o que estamos modelando”, pontua Hatfield. “Juntamos tudo e podemos entregá-lo ao empreiteiro do jeito que desejamos.” Ela resume o valor de compartilhar modelos a jusante como “menos risco, menos perguntas e menos problemas”. Em vez de evitar o risco empurrando responsabilidades para disciplinas específicas, o BIM oferece uma solução mais holística: solucionar o risco de forma colaborativa desde o início.

“Os dados são nossos”, afirma Woodgate. “Pagamos por este modelo – o modelo de engenharia foi criado para mostrar o que queremos como produto final. E se isso for jogado fora e depois refeito pela equipe de construção, haverá muito desperdício: haverá desperdício no custo e parte do que se pretendia poderá não ser bem traduzido. Portanto, há uma necessidade real de garantir a continuidade dos dados.”

O simples compartilhamento de dados, a mercadoria mais valorizada que os proprietários têm, está no cerne do valor comercial do BIM para os proprietários. Ele oferece às equipes novas formas de quebrar hierarquias, ouvir uns aos outros e documentar as melhores práticas. É hora de “nos esforçarmos para trabalhar de uma maneira diferente, porque o que estamos falando é realmente colaboração”, afirma Cooke. “E quanto mais colaborarmos, melhor será o produto que obteremos ao final, e melhor será o processo.”

Este artigo foi desenvolvido a partir do painelCollaborative Delivery Between Design and Fabrication: Passing the Baton na Autodesk University 2020.


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